Relatório de Pesquisa de Campo em São Bento do Sapucaí
Item pesquisado: Produção Industrial e Artesanato
Equipe 2 – manhã
Rosana, Sérgio, Sônia e Tatiane.
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
São Bento é uma estação climática, portanto há limitações e até mesmo restrições quanto a instalação de indústrias na região. Além disso, a área urbana é espacialmente pequena e os bairros periféricos na maior parque estão inseridos em áreas ou ao redor de áreas de preservação ambiental permanente.
Há algumas pequenas indústrias de produção manufaturada e artesanal, identificadas durante a pesquisa:
- O sorvete vendido na Sorveteria Maralan, estabelecida na Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 366 – Centro, é produzido artesanalmente por um morador da cidade, o Sr. Carlos, mais conhecido como "Cebolinha" que tem sua fábrica estabelecida no bairro do Paiol, onde produz os sorvetes com frutas naturais, sem essências, sem conservantes, e alguns são adoçados com mel.
- A olaria BALAKIT localizada na R. Joaquim Antonio Silva, 105 – Centro, produz tijolos que suprem a necessidade das lojas de materiais de construção da cidade e algumas cidades limítrofes.
- Selaria São Bento, produz artesanalmente sela para montaria sem moldes, aplicando apenas sua experiência e respeitando a natureza do couro. Marcos o mestre do ofício trabalha com mais um aprendiz o Fernando, e a produção das selas atendem a vários clientes do Brasil e inclusive já teve uma época que eles exportavam para a França.
Há ainda, algumas pessoas que produzem compotas de frutas, geléias, pães, doces de amendoim, paçocas etc e vendem no comércio local e atendem a demanda das pousadas, restaurantes e docerias da região.
Enfim, inexiste grandes indústrias na localidade, e a produção local atende na maior parte a demanda da própria cidade e algumas vezes das cidades vizinhas, com exceções de poucas produções que se destinam a outras cidades e regiões do país, até mesmo para fora deste.
ARTESANATO
A cidade de São Bento do Sapucaí é um celeiro de várias técnicas de artesanato e possui um riquíssimo cenário de obras de artes produzido por artistas da cidade, alguns reconhecidos mundialmente, como o caso de Ditinho Joana.
Durante a trajetória da pesquisa, alguns ateliês e lojas de artesanatos, foram visitados e foram coletados dados através de entrevista de alguns artistas e artesões da cidade.
Angelo Milani difunde arte em espaços públicos e para todos, o que ele chama de Arte Pública. Promove principalmente entre os líderes da comunidade e políticos a criação de uma identidade para a cidade para atrair turistas. Baseado no sucesso de visitação da Capela de mosaico criou um projeto de reforma de mais oito capelas, cuja implantação será em até um ano do início das obras. Assim, com suas particularidades individuais, as capelas formarão um circuito para visitação turística.
Nico Ferrera é artesão da arte em mosaicos também, contudo exerce seu trabalho com fins lucrativos. Ele desenvolve artesanato de itens para casa e decoração, como espelhos, tampos de mesa, cubas de banheiro, placas e até paredes em mosaicos com diferentes temas. Nico começou sozinho e hoje emprega três jovens que ensina arte que domina com muita destreza. É comum encontrar seus trabalhos pela cidade, pois ele faz muros, placas de estabelecimentos comerciais, e números das casas ornamentados em mosaico.
O ateliê da ceramista Marta está estabelecido na estrada do Paiol. Paulistana e formada em artes plásticas, desenvolveu suas técnicas em cerâmica em Cunha, onde morou por muitos anos até mudar-se para São Bento do Sapucaí, que ela chama de “Chão” Bento. Seguidora dos pensamentos orientais, diz que é a vida que nos proporciona as coisas, e que cabe a nós aceitar ou usufruir. Muito simpática e serena, sua produção tem a mesma importância na sua vida, como lavar uma louça, cozinhar, cuidar de seus animais de estimação, já faz parte da sua rotina e lhe proporciona prazer e felicidade. Ela é voluntária no Ateliê Fiat Lux, do padre da Igreja Matriz. Enfim, ela não almeja lucro ou reconhecimento, ela simplesmente vive feliz.
O Sr. Ditinho Joana, escultor e contador de estórias, é mundialmente reconhecido. Pessoa muito simples desenvolve seus trabalhos no ateliê em sua própria casa, que abriga muitas obras e uma loja. Ele é conhecido por suas famosas botas de madeira que simboliza o homem sertanejo. Teve uma infância dura e trabalhava na roça, até começar a esculpir.
Líder comunitário exerce papel social importante para toda a comunidade de São Bento, principalmente para o bairro do Quilombo onde atua e reside. Seus trabalhos são desenvolvidos em madeira de lei (Certificada), costuma dizer que as obras de arte, já estão contidas na peça bruta, e que cabe a ele apenas as revelar.
A Arte do Quilombo, galpão feito pela prefeitura em terreno doado por um fazendeiro local, abriga a Associação das artesãs do Quilombo. As mulheres fazem do artesanato local, um meio de renda, tirando a ociosidade das suas rotinas que muitas vezes a levavam a depressão.
Esta comunidade está localizada num assentamento Quilombola, que luta por este título que está em processo de reconhecimento.
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